Dilúvios

O vento sopra lá fora.
Aqui não consigo enxergar.
Ouço barulho.
Ouço gritos.
O desespero toma conta da cidade.
Governantes não sabem o que fazer.
Se o gelo acabar, whisky nunca mais irão tomar.
O desespero toma conta deles.
A chuva cai lá fora.
E da minha janela vejo tudo parado.
Quanto tempo está faltando?
A que horas vão chegar?
Barulho,buzina, conversas.
E ninguém chega a um consenso.
Capitalistas não sabem o que fazer. Socialistas e filósofos estão pasmos, ficam sem respostas. Engravatados fazem caretas e engolem a seco a própria ganancia.
O desespero toma conta de tudo.
E da minha janela vejo tudo parado.

duplo sentido

Às vezes fico em duvida.
Minha mente vive a questionar
O bem contra o mal.
Quanto tempo a guerrilhar.

O bem nunca venceu.
O mal não se esgotou.
Minha cabeça me pergunta.
Quanto tempo vai durar?

Esse dia me intrigou
Qual vantagem leva
Quem cumpre a lei?
É melhor ser o mocinho
Ou é melhor ser o bandido.

Nessa terra de ladrão onde não existe rei.
Um mundarel de gente vive a morrer
Seja de fome, de tiro, de raiva ou de tétano.

Minha mente indagou.
Se o bem ou mal existem.
Ou se é tudo a mesma coisa.

Auto-Ajuda

Ande por ai.
Veja o movimento.
Olhe para trás.
O tempo vai passando.
As coisas são as mesmas.
O seu passo apressado.
Indica a escravidão.
O tempo está apertado.
E você não consegue perceber.
Quanto mais tempo você corre.
Mais depressa tudo passa.
Você vai se matando e não consegue entender.
Quão mais rápido todos andam.
Menos tempo você tem.
Olhe para o lado e tente reparar.
Agora respire fundo e vamos começar.
Note a presença, veja o que tem.
Tem gente de pé.
Tem gente sentada.
Tem gente sem pé.
Tem gente atolada.
Tem gente de terno.
Tem gente com cola.
Tem pessoa sentada.
Pedindo esmola.
E você não consegue enxergar.
Que a beleza da vida está na sua frente.
Basta reparar.

Regressiva

O horário está chegando.
É contagem regressiva.
O tempo vai se esgotando.
Em apenas 10 minutos, preciso escrever alguma coisa.
Algo que venha de dentro para fora.
O assunto pouco importa.
Obstáculos encontrou.
De 10 minutos.
Apenas 1 sobrou.
O tempo vai passando.
O segundo se esgotou.

Bigodinho.

Um ladrão de bigode assombra a nação.
Está envolvido com Nepotismo e Sonegação.
É o pai do Maranhão.
Homem do Bigode.
Já comandou o povão.
Hoje está na academia de Letras.
Tubarão do Maranhão.
Se bobear participou do Mensalão.
Brasileiros prestem atenção.
O vovô se faz de santo para enganar um bobão.

Carta ao meu amigo Presidente.

Olha, Senhor Presidente seja mais Prudente.
Veja como Ribeirão está Preto.
Não se esqueça de reparar no Belo Horizonte.
Peça ajuda a Santos ou São Paulo se precisar.
Eles podem ajudar a você a ser o Salvador.
Faça o V de Vitória.
Senhor Presidente, qual é o seu nome mesmo?
É Bernardes?É Beltrão ou Vensceslau?
Quanto nome, Presidente!
Você precisa de um Porto Seguro ou um Porto mais Alegre.
Se estiver com fome vá a Novo Hamburgo.
Se ficar perdido vá pela Borda da Mata ou pela Serra Negra, descubra assim um novo tipo de Ouro, mais Fino e Preto.
Descanse em Lençois.
Não beba nada para não se transformar e ficar Chapada, vai que no hospital o Sorocaba.
Vá a pé Sr. Presidente, não use a Brasilia.
Essa carta é Paraty Presidente.

Surreal

Nada que se sente é real.
A imaginação que se tem é certa.
Incerto é o destino.
Assusta e destroi.
O amor é real e ilusório.
Posso voar sem asas.
Sofrer sem motivos.
Gritar!
Descabelar!
Nada é tão serio.
Sereno .
É lindo.
É amar sem medo.
Viver.
Feliz.
Com ela.
Só ela.

Falsos Valores

Os falsos sorrisos embelezam uma face.
Capitalistas riem as portas fechadas.
Não esboçam reações.
Gargalham da miséria, da fome e da cor.
Vomitam dinheiro.
Contradições no ar.
Falsa beleza.
Não existe beleza.
Sentimentos aflorados.
Sem rancor.
Capitalistas são egoístas.
Esquecem do povo.
Preferem seu ego à seu valor.
Orgulho às sensações.
Dinheiro à vida.
Estão mortos, sorrindo.

A terra canaria.

Entre mar e céu.
O verde exalta a mais bela imagem.
Entre o sol e a chuva.
O cinza surge e a bela imagem continua.
Qual o caminho mais curto?
Para qual direção está o vento?
A palmeira balança.
Em terras canárias.
Onde não existe rei.
Onde a terra não é de ninguém.
Que elegância meu país.
Um povo amargurado, sempre maltratado.
Com sorriso na face e vontade vencer.
Nos falta saúde.
Nos sobra amor.
Esse é meu país!
Sofrido e desejado.
Com muita fé e esperança.
Enquanto o sol reinar.
Nessa terra sem lei.
Terra de ninguém.

Paleolitico

O tempo não pode parar.
O final está chegando.
E nada vai mudar.
Quem roubou está solto.
Quem matou está livre.
E tudo vai parar.
Extintos dinossauros comandam a nação.
E tudo está igual.
Do mesmo jeito que você deixou.
Do mesmo jeito que nasceu.
E vai morrer.
Igual.
Do mesmo jeito.
Vovô controla a nação.
Assombram um povo.
E tudo continua igual.
Não sabem de nada.
Falta instrução.
Tudo desigual, mas parece tão igual que nada mudou.Ladrões roubam em plena luz do dia e você assiste a tudo sentado no sofá.
Sorrindo pra não chorar.
Ancestrais dominam a nação.
Gaguejando e esquecendo.
Do mesmo jeito.
Igualzinho.
E você no sofá.
Sorrindo amarelo.
Bebendo cerveja.
Sem graça , sem força.

Andanças

Infeliz mente sem perdão.
Para poder se salvar não existe compaixão.
Essa gente faz cara feia, trabalha sem parar, sem tempo para relaxar.
Há lugar nesse vagão.Chega mais pra lá, irmão.
Tem gente sofrida, que se mata por um pão.
Trabalha , trabalha lembrando a escravidão.
É uma democracia legal, sem papel.
Tem neguinho ralando para pagar seu aluguel.
Tem gente demais.Isso é na ida , de manhã.
Na volta é bem mais, apertando não sai do lugar.
Você olha pro lado sem mexer, já não consegue se mover.
Há branco, negro , rosa , azul é "todo tipo de tudo".
Jovens viciados em coca ai na sua frente. Escandalizam, gritam , perturbam.
Vagando por ai , num vagão. Democrático...

Gerúndio

Corre, corre e corre.
Tempo, minutos, segundos.
Oras, horas,bolas.
Sem nexo, conexo, há nexo.
Vai vendo.
Vai vindo.
Vence, vencido,vagando.
Crescendo, jogando, vivendo.
Passando horas, oras.

Tiempo

Eu não me canso de dizer.
O tempo não vai parar.
O relógio pode quebrar.E o sino não tocar.
O avião não voar.A luz não acender.
A sua boca não abrir e o carro não andar.
O mundo vai mover.
O coração não vai bater e o cérebro pensar.
Você está morrendo.
Não há tempo pra saber.
Que tudo que viveste , nunca mais irá viver.

Há nexo

Nem tudo que se lê tem nexo.
O que se escreve não tem sentido.
Os sentimentos já não existem mais.
Não existe verdade.
Não existe mentira.
Se não entende o que está escrito.
Não tente.Não force.Aposte grana.
Valores creditam seu carater.
Se você tem 100 , você está bem.
Com 1 milhão pode perder a noção.
Se nada tem , nada és.
Com sorte ou revés.
Há nexo .
Sem nexo.
Com nexo.

ABCdário

As aparências assombram algumas almas.
Benfeitores buscam bondades.
Cantores cantam canções cosmopolitas.
Deixando dores,desafetos,desavenças.
Demónios.
Ecoam , escolhendo etnias.Eternizando espécies e explodindo espaços.
Finalizando futuro.
Fogo,favela,fome.
Guerras,guerrilhas, ganham globo.Globalizando grupos.
Humano hospitaliza humano.
Idiotas.
Julgam justos, jaz justiça.
Latinos limpam latrinas.
Loucos Lutam.
Miséria mata maioria.
Merda.
Ninguém nota.
Ócio.
Paixões perdidas.
Quantidades.
Roubadas reforçam riscos.
Salvando senhores sofridos.
Totalizando temores.
Usurpadores.
Visitam.
Xadrez.
Zombando...

Carta

Meu caro amigo.
Não gosto de ver você deprê.
Nesse mundo injusto.
Eu posso ver o que você vê.
Eu sei.
Ninguém consegue mais pensar.
Num mundo teleguiado por um tubo que projeta imagens.
Mas o que eu quero te dizer, meu camarada.
É para você não ficar deprê.
Eu sei que é difícil.Inútil.
Pra quem consegue enxergar.
Viver assim nessa sociedade tão fútil.
Até a nossa alegria, eles tentam roubar.
A minha raiva aparece quando os vejo falar.
Traidores.
Jogadores.
Tentam nos enganar.Sinceramente.
Nunca vão nos calar.

Cegue-se

Manhã de sol.
Reluz a claridade.
Mostra.Amostra do céu.
Belo. Pintado em óleo.
Abstrato.
O artista.
Nunca viu.
Apenas sentiu.
Um mistério.
Intriga a sociedade.
Que necessita tanto de viver.
E já está morta.
Cego.Aos berros.
Ninguém vê.Ninguém sente.
Todos fingem.

Socialmente falando.

Entre um copo e outro.
Palavras lançadas ao vento.
Entre um trago e outro.
A morte rodeia um assunto.
A fumaça solta no ar.
É a mesma que mata.Não você.Mas quem trabalha pelo seu prazer ilícito.
É hipocrisia pensar no aquecimento global,na fome da África ou na devastação capitalista e não pensar na violência gerada por algumas horinhas de prazer.
Não que eu tenha pensando assim a minha vida inteira.Não que eu concorde plenamente.
É uma maneira nova de pensar.
Entre um copo e outro.
Surge o egoísmo social.
Com a fumaça solta no ar.