sábado, 26 de junho de 2010

Next door

Não me faça falar o que você não quer escutar.
Eu não quero mentir se um dia precisar falar a verdade.
A inveja salta dos seus olhos e você continua a achar que é alguma coisa.
Você vive num mundo de fantasia que você criou, busca status e acha que realmente alguém se importa com você.
Eu sei que você quer um carro da moda, uma profissão engravatada e um reconhecimento que nunca chega. Ninguém te respeita.Sua personalidade é ignorada por todos.O seu mundo é pobre e mesquinho.E você continua achando que sua conta bancária é o que mais importa nessa vida veloz que vivemos.
Não me faça dizer a verdade.
Eu não quero falar o que você não quer escutar.
Você acha que sabe, mas não tem ideia de nada.
Esse seu mundo é besta e a inveja continua a saltar dos seus olhos.
Pobres olhos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mala vida

O planeta gira, sem compaixão.
A velocidade é assustadora.Alguns sentem a pressão,outros vomitam suas impurezas ocasionada por suas atitudes.
Ninguém os enxerga mais.
Seus ternos encarecidos, hoje, estão sujos e rasgados.Suas gravatas não denotam poder e suas canetas importadas não significam mais nada.
Sentem fome e procuram um punhado de barro para saciar o que eles nunca sentiram.Quando sentem sede, não acham nada.Logo eles que esbanjaram a vida toda mergulhando nos seus sais minerais.Vivem como ratos, nos esgotos, escrotos.
O mundo continua a girar sem piedade, às avessas.
Ajoelhados olham aos ceús e pedem, não serão atendidos.Suas mulheres não notam a presença deles.Os amigos os esnobam.E eles choram, afinal sempre deram suas risadas as custa do povo.Eles eram ricos, hoje são pobres.Eles não eram, eles tinham.E hoje, não são e não tem.
Incrédulos assistem o mundo girar.
E o planeta a girar, sem compaixão ou piedade.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Crer ou não crer

-Você não acredita em Deus?-Ela perguntou,com grande espanto!
-Não!-respondeu convicto!
-Como você faz para pedir o que você quer?-insistiu.
-Eu não peço, eu corro atrás!-respondeu estufando o peito.
Esse simples papo, fez com que ele refletisse sobre esse assunto.
Será que acreditamos em algo, somente pensando na recompensa?
A nossa fé é algo que não existe nas ações diárias?
-Eu nunca conheci um ateu!- ela dizia repetidamente.
Estava quase gritando:"-Queimem ele! Ele não acredita em Deus!"
É o livre-arbítrio, cada um sabe o que faz, cada um sabe no que acredita, mas acreditar só para ser recompensado é algo que merece a fogueira das bruxas também.
-Eu não acredito que ele não acredita em Deus.-Levantou-se e foi embora, indignada.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nossa pátria

Nossas armas não demonstram a extrema insatisfação popular.Nossos gritos são de guerra, mas não reivindicam nada, só a violência.
Queremos matar porque gostamos de coisas distintas.
Ele de verde, o outro de amarelo e aquele de preto.
As tolices fazem parte do cotidiano da nação, vivemos sufocados por crises instaladas quase que diariamente e esquecemos bem mais rápido que a súbita presença do mal de Alzheimer.
Afinal, o que o nosso povo está buscando? Por que lutamos? Quais os desejos da nação?
Eles vivem a mascarar segredos revelados e não conseguimos nos mover, ficamos intactos e estáticos com o nosso copo na mão,comemorando a vitória do que não importa, fechando os olhos para as nossas diferenças que insistimos em não enxergar, achando tudo normal, gritando por nada.